Os Aventureiros

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Ojos para que te quiero!

Boa noite nossa gente,

Bem vindos a mais um dia na vida dos pobres e não tão fabulosos. Hoje chegam mais notícias loucamente inutéis e relatos animadamente enfadonhos.

Pois hoje foi dia de voltarmos à faculdade. Desta feita, para reunirmos com o coordenador do nosso curso. E quem haveria de ser ele se não… à pois é… como é que adivinharam?... Avô Cantigas! É verdade. O coordenador do nosso curso, é um senhor de cabelo branco penteado para o lado, bigode branco, alto, magro, de colete de fazenda, camisa roxa, calças de bombazine castanha e, felizmente, não olhámos para os sapatos. Resumindo, uma figurinha. Contudo, para sermos realmente honestos, não era o avô cantigas, o que não invalida de que não possa haver um, uma vez que um dos catedráticos dá pelo nome de “Carlos Vidal”.

Pois bem, este senhor que tão bem nos acolheu no seu gabinete, não conseguiu fazer nada por nós. Ou seja, muito semelhante ao que já havia acontecido anteriormente em Portugal, o programa Erasmus é um “vê se te havias” por parte dos alunos. Mais uma vez, está nas nossas mãos montar e desmontar horários, calcular créditos, fazer propostas, tudo o que alguém com mais conhecimento do funcionamento das faculdades deveria fazer connosco e não faz.

Antes de nos reunirmos com o dito senhor tivémos ainda a oportunidade de beber mais um asqueroso café no bar da faculdade. Aprendemos então que este bar serve uma escola secundária. Ou isso, ou os caloiros não têm pelinhos no docinho…

Depois de nos retirarmos, muito tristes, da faculdade decidimos que depois de almoçarmos iríamos fazer compras para nos animarmos. Demos uma passadinha por casa para comer os restos do jantar anterior e, pelo caminho, deparámo-nos com uma loja com sapatos muito baratos que no momento tinha como clientes: uma senhora velha que vestia um urso, uma rapariga (?) com metade do cabelo de cada cor, com um corte imperceptível, as patas do urso da velha calçadas e umas calças de fato de treino e a mãe da rapariga que comprava umas botas de pele parecidas com as que uma professora, da qual não vamos dizer o nome, usa. A Ana comprou galochas, o Fábio não comprou nada porque não havia nada no seu número.

Depois de almoçarmos, saímos com o bom humor característico de quem gasta dinheiro. Dirigimo-nos à estação e apanhámos o ferro carril. Já sentados, mirámos em nosso redor. O Fábio controlava um senhor que tentava ler um livro de uma senhora sentada a seu lado e, ao mesmo tempo, meter conversa com ela, enquanto a Ana mirava um senhor loiro que dormia de fones nos ouvidos. Depois de termos dado a cana da vida a olhar para ele, a Ana tentava não olhar para o seu senhor, o Fábio afundava-se no banco e os senhores olhavam para nós até sairmos da carruagem.

Já em Barcelona, prosseguimos por caminhos que ainda necessitavam ser desbravados. Vimos lojas novas com muito pouco de fantástico. Vimos novas aberrações. E chegámos depois a uma loja, já anteriormente visitada, onde a Ana planeava roubar o modelo de um top para a mãe fazer em casa e o Fábio planeava comprar umas calças. Ora, conversa puxa conversa, o senhor dono da loja fez-se Brasileiro e falou connosco por mais de meia hora, contando-nos da sua vida, dos modelos da loja, da história da loja, dos seus tempos em Portugal, do seu bar em Portugal, dos seus amigos em Portugal, especialmente do que era dono do Portas Largas no bairro alto e morreu,… ZZZZZZzzzzzzzzzzz… e ainda deu conselhos de tratamento de pele à Ana (para contentamento desta), porque não sei se sabem, mas o amido do arroz seca e faz bem à pele. Aprendemos, então, que o arroz é nosso amido!!

Muito mais felizes, saímos da loja, cada um com o que pretendia e procurámos por outra, que o senhor nos tinha indicado, pertencente a uma rapariga portuguesa, pois precisávamos de conversar mais um bocadinho com um dono de uma loja que tivesse coisas novas para cont… ZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzz.

Como não encontrámos a tal loja e estávamos os dois cheios de fome e chichi, o que provocava dores em locais distintos da barriga, procurámos um sítio para comer. A nossa busca terminou na Bocatta. Para quem não conhece, a Bocatta é um local que vende sandes de carne gordurosa (nas suas imensas variedades) com queijo (que não varia) manufacturadas por uma denga monhé mal humorada e onde as duas opções de atendimento são: uma senhora chinesa velha enfezada e uma senhora, não tão velha mas ainda assim bastante velha, anafada. Depois de a Ana questionar aquilo a que o Fábio se referia como “mau aspecto” do estabelecimento, sentámo-nos no piso superior perto dos lavabos para que os pudéssemos usar imediatamente. A Ana não voltou a duvidar do Fábio depois da experiência que teve dentro destes. Enquanto manjávamos, tivemos ainda o prazer de ver a senhora-não-tão-velha-mas-ainda-assim-bastante-velha-anafada entrar na casa de banho com uma esfregona numa mão e um borrifador noutra e voltar a sair, sem que tivéssemos tempo de dar uma dentada nas nossas sandes, a lavar a entrada da casa de banho e a borrifar para o ar, não fosse o diabo tecê-las.

De volta ao metro, passámos a viagem a comentar a maquilhagem de travesti das senhoras espanholas e admirámos uma senhora que, quando sorria, um dos seus olhos perdia velocidade (nomeadamente, o direito). Ou seja, a senhora quando olhava para o lado enquanto sorria, um dos olhos era mais rápido e conseguia tocar no canto esquerdo, depois no direito e voltar para o canto esquerdo, enquanto o outro chegava pela primeira vez ao canto esquerdo. Ou seja, se os olhos da senhora fizessem uma corrida enquanto ela se ria, o olho esquerdo ganhava. A senhora ainda ficou na carruagem quando saímos. Se ela tentasse sorrir para nós quando já estávamos cá fora, quando o olho direito pousasse sobre nós, o esquerdo já estava a ver a estação seguinte.

Chegámos depois a casa, onde, enquanto a Ana tomou um banho, o Fábio passou a ferro, enquanto o Fábio dobrou meias, a Ana fez a barba e, enquanto Ana fez o jantar, o Fábio tomou um banho. Depois jantámos juntos, desta feita, um belo dum caril de frango, manufacturado pela Ana, e agora escrevemos para vocês.

Beijoca na Peidoca.

Santo do Dia: Mar de Déu de Campanar i Sant Àlvar

3 comentários:

Anónimo disse...

alô mafamude? foi das unicas coisas que consegui perceber ontem. de qualquer forma, saibam meus amigos, que até perceber que eram voces, desliguei o teleofne a chamar-vos nomes: MAS QUE*********** ESTA GENTE NÃO TEM MAIS NDA QUE FAZER? MAS QUE **********. É UMA CAMBADA DE ********E ***********. FARTA DESTES*********, e por ai fora.
Fiquei contente por terem conhecido o avô cantigas, eu tive muitos sonhos eróticos com ele quando era pequena. gostava que depois mo apresentassem e que ele cantasse para mim a musica do fantasminha. também fiquei contente por saber que cada vez que tiverem saudades minhas podem ri falar com o brasileiro da loja. fiquei contente porque sei que sou muito importante pa voces e que morrem de saudades minhas, como eu não quero que voces morram podem ir visitar o senhor brasileiro.
depois so queria dizer outra coisa: viktor é nome de actor porno. OH SI VIKTOR, inda por cima com o sotaque espanhol.... confiram e depois digam-me. se se confirmar pode ser que vos faça uma visita.
sem mais nada a acrescentar, beijos abraços e muitos palhaços
da sempre vossa

gossip girl
LOLOLOL

Anónimo disse...

o Avâ Cantigas Rula!!!!!!!!!!!!

Unknown disse...

Não está escrito em lado nenhum a maneira alarve como me ri com a crónica acerca da celeridade média do movimento de rotação do globo ocular da mui nobre e sinistra senhora espanhola!
O blog está genial (não conheço muitos, é certo, mas duvido que haja muitos com o humor do vosso!).
Continuem a postar à bruta, para gáudio de quem vos segue daqui de Lisboa, a exactamente 1000 km de distância (distância em linha recta de Telheiras a Saint Cugat, calculada num site muito útil que fornece as distâncias (sempre em linha recta) entre 2 quaisquer pontos, através das coordenadas dos mesmos (que se obtêm no Google Earth)).
João Ricardo Sousa Soares