Os Aventureiros

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Primer día en la escuela

Para todos os milhões de famílias que se reúnem em frente dos seus computadores a esta hora, para se inteirarem das rotinas diárias de dois portugueses, temos a dizer que hoje foi um dia do caraças!
Começou às 7hrs da manhã, quando o despertador da Ana tocou. A vontade desta foi jogar o telemóvel contra a parede, visto ter adormecido perto das 4hrs, mas não o fez. Desgrenhada e a cheirar a cama, foi acordar o Fábio e dirigiu-se para a casa de banho, onde foi tomar um duche quente. Quando saiu, e para não variar muito, o Fábio continuava displicentemente a dormir, por isso teve de tomar uma segunda atitude. Disse: "Fábio, tamos atrasados e já são 7.30h!" Aí o Fábio acordou... Enquanto este tomava o seu duche, a Ana, na mais pura das boas vontades e bondade do seu coração, preparou-lhe uma papinha de frutas, para que não saísse de casa de estômago vazio. O Fábio agradeceu.
Como não fazíamos ideia de nada, nem horários, nem salas, nem sequer em que turma estávamos, tínhamos decidido ir perto das 8hrs para a faculdade e tentar descobrir. Infelizmente o coordenador de curso não estava, por isso esperámos um pouco e falámos (o que conseguimos) com a senhora da secretaria. Contrariamente ao que sucede na grande maioria das secretarias e repartições públicas portuguesas, esta senhora era bem simpática e fez um esforço para nos perceber e indicar os melhores caminhos. Quando finalmente percebemos, minimamente, o funcionamento deste sistema escolar, dirigimo-nos àquela que pensámos ser a nossa primeira aula. À porta estavam alguns alunos e, depois de termos perguntado 365937254 de vezes onde era a sala e a que horas começava a aula, lá entrámos atrás da professora. Esta ficou a olhar para nós como quem diz "HÃ?!" e nós sentimo-nos um bocado observados.
Depois de explicarmos à professora e à turma o porquê da nossa aparição cagada do espaço, ela pediu que a turma se apresentasse - em castelhano, para um primeiro embate menos complexo - bem como nós próprios. O Fábio foi o primeiro, explicando de onde éramos, quanto tempo ficávamos e essas coisas importantes. Quando a Ana falou, só faltava dizer o nome e a idade, basicamente. O resto da turma apresentou-se, com o nome, a idade e uma breve descrição do domínio da língua inglesa (variou entre o baixo e o péssimo). Lá houve uma ou duas alminhas que se safaram e disseram que até dominavam minimamente a língua.
Depois desta breve introdução, a professora disse-nos que ia dar a aula em castelhano para que nos habituássemos mas que, a partir da próxima aula, seria tudo dito em catalão e nós ou aprendíamos, ou aprendíamos... Basicamente foi isso... Acatámos e começámos a seguir atentamente tudo o que dizia.
Pouco depois fomos separados em dois grupos de trabaho, tendo o Fábio ficado num e a Ana noutro, para não ultrapassar os 4 membros por grupo. Ficámos, minimamente, confortáveis com o facto de o sistema escolar do 1º ciclo ser bastante semelhante ao português - com o modelo tradicional, o activo, etc, etc - mas ficámos bastante mais contentes (ou não...) quando soubémos que na Catalunha o emprego aos professores está assegurado, porque basicamente não têm ninguém que queira seguir este curso. Desta forma, os alunos acabam o curso e têm, literalmente, alguém à porta da faculdade à sua espera para os enfiar numa turma a dar aulas. Há gente com sorte...
Depois desta aula, e ainda sem saber muito bem o que fazer em relação ao horário, pareceu-nos que não tínhamos mais aulas hoje, pelo que nos pusémos caminho de casa, para almoçar, já que a Ana começava a apresentar uma côr ligeiramente esverdeada de fome. Almoçámos e a seguir tivémos a tarde mais produtiva de sempre. A Ana foi-se logo deitar e roncou durante duas horas (porque tinha despertador, para não dormir demais, correndo o risco de ficar sem sono para a noite). Enquanto isso, o Fábio limpou a casa pela 2755849ª vez, fez outra tarte com puré de frutas, lavou e estendeu a roupa, socializou com o Victor e, só depois, se foi deitar.
Passado pouco tempo a Ana acordou, arrumou umas coisas, preparou outras, fez a lista de compras necessárias e foi acordar o Fábio passava pouco das 17hrs. "Fábio, temos de ir às compras." "Sim... Já vou." A Ana, que já o conhece, ficou a olhar para ele até este se levantar, e saíram.
Compraram a comida necessária, entre os quais estavam vegetais para fazer uma sopa a partir do zero.
Chegados a casa, e com algum medo, pusémo-nos a descascar os vegetais (mais a Ana, do que o Fábio que demorou 6hrs a descascar duas batatas e a partir os vegetais previamente descascados pela Ana). Juntámo-los todos numa panela e deixámos cozer, com água. Quando estavam cozidos, triturámo-los e, ainda que a consistência parecesse a perfeita, mostrámo-nos relutantes em provar a iguaria. Fábio: "Provas tu..." Ana: "Ah obrigada!" Mas provou. Não é que estava excelente?? Estava mesmo! Não há mesmo nada que não consigamos fazer. Com a sopa feita, o Fábio aventurou-se a fazer o resto do jantar - uma espécie de chop soy com bocadinhos de carne de vaca e muitos legumes. Estava mesmo bom também! Decidimos abrir um restaurante quando aí chegarmos - "Anábio" ou "Fábana", ainda estamos na dúvida.
Pronto, depois do jantar o Fábio arrumou a cozinha e a Ana, cheia que nem um porco, recostou-se ao computador, mas já prometeu ir fazer um chá para amanhã.
Santo do dia: St. Simeó

E é tudo caros espectadores,
Até mais ver

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