Os Aventureiros

sábado, 16 de fevereiro de 2008

El grueso español es más duro que el portugués

Ora bem, o que é que fizémos hoje? A Ana acordou as 10h, em seguida as 10.15h, mas só levantou o rabo da cama às 11.00h. Quando se decidiu a acordar, foi gentilmente acordar o sornas que não se levanta nem por nada... Chamou-o, foi tomar banho, saiu, voltou a chamá-lo, vestiu-se e decidiu ir-lhe bater até ele se levantar. Vá, vá não lhe bateu... Deu umas sacudidelas e depois, com o seu jeitinho especial de acordar pessoas, conseguiu que ele abrisse os olhos. O Fábio acordou (!!!!), foi tomar banho, não sem antes arrear o calhau (usando a sua própria expressão) e fumar o seu cigarrinho - tudo isto na casa de banho - como um bom marido deve fazer.
Quando finalmente conseguimos sair de casa, era quase hora de almoço, por isso fomos só comprar tabaco, para grande felicidade da Ana, e fizémos uma grande amizade com o senhor da loja através do seguinte diálogo:

Fábio: Hola! Queria dos Pall Mall.
Senhor: Dos?!
Fábio: Si.
Senhor: De onde eres?
Ana: Portugal!
Senhor: Moran aqui?
Os Dois: Sí
Fábio: Deu!

Foi giro...
Viémos para casa, sempre a olhar para trás à espera de vermos um bando de gajos que nos pudessem degolar, e quando entrámos ficámos mais calmos. Fizémos 15 croquetes (metade dos quais estava mais queimado do que cozido...) e um fabuloso arroz de tomate, produção da Ana que, desta vez, acertou nas quantidades. Não foi a mais nem a menos, foi perfeito. Mais ou menos como na história dos três ursinhos e da caracolinhos dourados!
De tarde, decidimos que estar em casa não era digno de dois erasmus aventureiros como nós, por isso pegámos nas perninhas e pusémo-nos a caminho do comboio. Quando lá chegássemos logo decidíamos onde ir. Entrámos com o bilhete de 1 zona e achámos por bem sair na estação que dá pelo nome de "La floresta"... Sem comentários... O mais parecido que tínhamos visto àquilo era o filme do Zodiac, estão a ver? Sinistro! Uma estradinha de montanha (que nós fizémos o favor de subir e descer logo depois), uma igreja (MEDO!) e umas quantas casas que mais pareciam abandonadas. A Ana não estava muito feliz com o panorama, por isso - e para desgraça do Fábio que queria conhecer a zona mais a fundo - pusémo-nos de novo a caminho do comboio, desta vez bastante mais depressa do que o normal. No caminho ainda aprendemos que ali há grupos de Nazi Punk, que não são muito apreciados pelos conterrâneos. Vá lá, sempre se aprendeu qualquer coisinha... Aprendemos também que para a próxima perguntamos a um espanhol o que é que devemos visitar, antes de nos enfiarmos num sítio tipo Cova da Moura.
Chegados ao comboio, decidimos voltar para a nossa Sant Cugat e conhecê-la um pouco melhor. Andámos à deriva a apreciar a paisagem e até encontrámos uma Caixa Geral de Depósitos, para grande regozijo do Fábio! Ainda assim, continuamos sem conseguir fazer o levantamento do saldo de conta. Não é das coisas mais fáceis de se arranjar por aqui...
Quando chegámos ao pé de casa, armámo-nos em carapaus de corrida e fomos comprar massa folhada e maçãs, para fazermos uma tartezinha. Comprámos os ingredientes, fomos para casa e, enquanto o Fábio esticava a massa, a Ana descascava maçãs, com menos sorte do que o costume porque os caroços espanhóis são bastante mais duros que os portugueses (daí o título deste post...) e por isso a faca desviava-se muito.
Enquanto a tarte cozinhava, a Ana fez um chazinho de pêssego e o Fábio lavou o chão da casa toda - já que durante a noite foi buscar uma manta ao armário que largou tanto pó que o chão, orginalmente preto, ficou branco! Parecemos cada vez mais aqueles casais dos anos 50, ainda que com algumas nuances.
Depois chegou o grande momento do dia, quando o casal provou a tarte. Aí fomos todos muito mais felizes, porque nos apercebemos que não há nada que não consigamos fazer e, não têm de ser coisas de plástico ou de má qualidade. Uma tarte 100% natural, super saudável e que a Ana enfardou que nem um perú em vésperas do Natal. Sejamos condescendentes, a Ana nunca come doces, e este até é saudável.
Agora preparamo-nos para sair, para um jantarzinho de pessoal português (que obviamente também mete lá pró meio Erasmus...) e para uma noitinha nas nossas tão adoradas ramblas. Quando recuperarmos do coma amanhã, damos notícias.

um beijinho dos dois para todos vocês

(E hoje é dia da Sta. Juliana)

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