Una noche en Barcelona

Ora bem, só para sossegar as almas caridosas que ainda fazem o favor de seguir atentamente as nossas aventuras, e que por isso sabem que ontem à noite fomos sair, queria dizer que estamos vivos e de boa saúde! Eu acordei agora (tendo em conta que são duas da tarde, não está mau...) e o Fábio continua a dormir, pelo que prevejo uma tarde muito animada cá para estes lados. Enquanto escrevo esta crónica das nossas vidas, delicio-me, uma vez mais, com a fantástica tarte de maçã e um copinho de leite. Suponho que não vamos almoçar, digo eu...
Perguntam vocês: "Então e o que é que aprenderam ontem, na jantarada?" (sim, que nós queremos tirar ensinamentos de tudo e mais alguma coisa...) Aprendemos que eu, com uma considerável dose de álcool no sangue (mas sempre controlado, para manter uma conversa normal e organizada) falo muitíssimo bem castelhano! Falo rápido, quase fluentemente e, relembrando-me de milhares de expressões de um desenho animado fascinante que eu via quando era uma niña - o Doraemon! - até consigo ter um bom repertório de vocabulário. Não está mau de todo. Aprendemos também que, segundo os espanhóis, eu e o Fábio falamos excelentemente inglês... Vindo de um povo que não manda uma para a caixa neste assunto, não sabemos se havemos de ficar contentes ou não, mas achamos que sim...
Depois da jantarada tuga, para a qual fomos avisados cerca de 30 min antes de termos de sair, e que, para variar, começou com uma hora e tal de atraso, fomos encontrar-nos com o Victor e com os seus amigos para uma noite nas Ramblas. Acreditem ou não, mas lembrou-me bastante as nossas noites de bairro alto. A passar de bar em bar, ruas pequenas e estreitas e Ah! encontrei uma loja da Kukuxumuzu, que faço questão de revisitar quando estiver aberta! O momento surreal da noite deu-se quando, entrados num bar, eu me sentei perto do balcão e olhei para o cesto de frutas que aí estava exposto e pedi ao Fábio que perguntasse se podia tirar uma banana, pois como seria óbvio eu não tinha a cara de pau necessária para isso. O meu atento e dedicado marido assentiu, fez o pedido em meu nome e não é que o senhor me deu uma banana?? É verdade! Eu estava a comer uma banana num bar! Sem comentário possível... Tinha fome, o que é que querem? Por causa disso, fizémos uma grande amizade com o empregado, que já nem se lembrava que tinha de pagar pela minha caipirinha (nunca tão boa como as feitas por nós nos jantares do teatro).

Mas o que mais me fez lembrar as nossas noitinhas no bairro, foi o interessantíssimo facto de ter sido obrigada a fazer xixi no meio da rua, já que não havia casas de banho disponíveis em lado nenhum! Enquanto o Victor o fazia num canto (o que me fez sentir menos mal, porque pelo menos não fui a portuguesa terrível que vem para cá fazer estas poucas vergonhas) o Fábio segurava-me gentilmente no casaco, que servia de cortina, para que ninguém me visse... (Lembra-me uma certa noite em Torres Vedras...)
Acabada a sessão de mijo urbano, pusémo-nos a caminho do nitbus, que nos ia trazer até Sant cugat. Há um a passar a todas as meias horas, e que demora 30min a fazer o trajecto, e outro que passa de hora a hora e demora também uma hora no percurso, por isso vai dar um bocado ao mesmo apanharmos um ou outro porque chegamos à mesma hora. O mais fantástico é que o nitbus vai literalmente da "porta" das ramblas até à porta de nossa casa. Como me dizem alguns, nascemos mesmo com o cú virado para a Lua!
Bem, como logo à noite vos vamos pôr a par do interessantíssimo dia que tivémos hoje, vou parar por aqui.

Até mais loguinho

ósculos e amplexos para todos