Os Aventureiros

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Personages

Camaradas(masculino) e camaradas(feminino), - isto a propósito das notícias da República Comunista de Cuba, as quais seguimos atentamente -
Urge que se realizem mais explicações neste blog, antes que os rumores se alastrem e façam mais de nós do que somos. Primeiro que tudo, convém dizer que o Fábio é a tal pessoa "que puxa pé grandão e com pêlo" e que por vezes o Fábio gosta de esfregar os seus dedões grandes e peludos nas mantas da Ana. E em segundo, o rapazinho de cabelo pelo meio das costas e o seu 1,90m faz lembrar... faz lembrar... hmmm, deixa cá ver quem faz lembrar?... já sabemos. Tão a ver aqueles senhores que viveram pouco depois (e até há quem defenda que simultaneamente também) dos dinossauros? Pois é. Faz lembrar esses dinossauros.
Muito bem, passando à frente. Mais um dia, mais uma volta. E hoje foi o dia de todas as emoções. A Ana acordou o Fábio de manhã, apesar do seu despertador já tocar à testículos e testículos de tempo. Seguiram-se depois os quinze minutos de silêncio que partilhamos todas as manhãs, nos quais o Fábio entra e sai da casa de banho e do seu quarto e a Ana se mantém no quarto dela, cada um a fazer aquilo que precisa de fazer para sair à rua satisfeito consigo mesmo. Depois disto seguiram-se mais 5/10 minutos (vá lá, 15) de pequeno almoço silencioso e mais 15 minutos silenciosos enquanto a Ana aproveitava o tempo restante para fazer tudo o que poderia possivelmente fazer à sua pessoa àquela hora da manhã e o Fábio a esperava sentado na sala com a pasta da faculdade à sua frente.
Chegados ao meto, apercebemo-nos de que aparentemente não éramos os únicos silenciosos. Toda a gente calada e gozando da sua (quase) normalidade até ao momento em que ao chegarmos à nossa estação a Ana grita "Saiam da frente para a gente sair". Foi um autêntico momento Kodak, para mais tarde recordar.
Subimos depois da estação até à faculdade observando novamente a moda. Já há muito que havíamos reparado e até já o referimos quanto a alguns casos em particular. Para quem não sabe, a moda em Barcelona é ter penteados desiguais. Ou seja, lembram-se daquela cabeleireira que adormeceu com a cabeça em cima da taça da tinta da cliente que ia para fazer as madeixas e acordou com metade do cabelo de cada cor? Pois bem, nós também não nos lembramos. Mas a verdade é que grande parte dos Barcelões vagueia pelas ruas como se isso lhes tivesse acontecido. Um lado da cabeça é branco, outro é preto (este é o mais comum, mas acreditamos haver apoiantes da bandeira portuguesa e do verde e vermelho). Também não é de estranhar ver gente na rua com o cabelo cortado a cima da orelha de um lado e sobre o ombro do outro. O que faz lembrar aquela outra história da cabeleireira que adormeceu enquanto cortava o cabelo à cliente e esta ficou com mais cabelo de um lado que doutro e da qual nós também não nos lembramos. É muito bonito de se ver.
Mas seguindo à frente. Hoje tivemos mais uma aula de inglês muito interessante. Para que saibam, nas faculdades espanholas, os alunos estão agora a aprender a dominar o vocabulário de sala de aula com exercícios como "Escreve o máximo de nomes de objectos que encontras na sala em X tempo.". Simples e divertido e que nunca sai de moda. Também tivemos Introdução à Didáctica, que para quem não sabe e está familiarizado com o termo, é como ter Gestão do Currículo com um professor que sabe dar aulas e com quem se pode realmente aprender. Depois disto Castellano, sobre a qual, embora ainda não saibamos bem o que pensar, sabemos no entanto que a professora é feia que dói. Por fim, e após hora e meia de passeio pela faculdade durante aquele que é um dos nossos grandes furos de quinta-feira, Sociologia, com um professor que, pela maneira como se agitava a falar e tremia e se coçava, vai ter o mesmo destino que o nosso amigo Heath Ledger.
Vamos então fazer uma pausa aqui. É urgente discutirmos as nossas turmas. Ou algumas das personagens que figuram nestas. É imperativo que se comece por Grisella. Para quem não conhece, Grisella é uma das irmãs feias de Cinderella. E distingue-se pelo nariz, grande, pelos sapatos, sabrina, pela collant, rosa pálida, pela mala, cor de rosa com folhos, pela cabeça, com laço, pela maquilhagem, tipo massa. Passemos agora para a menina bonita de uma das nossas turmas que logo por azar se chama Porca Chiqueiro, que, infelizmente diríamos nós, é um nome muito comum na Catalunha. Temos também um interessante espécimen, apelidada de Gótica de Branco. Uma rapariga loira, como o nome indica, vestida de branco dos pés à cabeça (excepto um casaco verde por de baixo do kispo), que, não manifestando qualquer sorriso, nos observa durante toda a aula, arrepiando até os pelinhos mais escondidos... Há ainda que falar do novo amigo da Ana. O António Diaz, que, já tendo sido avistado noutras aulas, sentou os seus 40 e poucos anos monhés e carecas ao lado da Ana e prontamente lhe disse "Eu penso que falo um pouco de Português, se precisarem de ajuda." e que em seguida a ficou a observar de uma forma, um tanto ao quanto, sinistra, durante o resto da aula.
Voltando ao nosso dia... Trocámos contactos com o nosso amigo de 1,90m (que dá pelo nome de Arnau) por razões estritamente profissionais e seguimos para a estação no regresso a casa. Pelo caminho cruzámo-nos novamente com o nosso amigo 1,90m que perguntou ao Fábio se ele era o Fábio Capello. Isto diz várias coisas desta pessoa: (1) não tem grande acesso a meios de comunicação mesmo dentro do seu país, (2) não tem grande memória para nomes nem para caras, (3) não deve gostar muito de futebol, (4) é burro. Isto também diz algumas coisas sobre Deus: (1) Deus não dá com as duas mãos, (2) por vezes a mão que dá, está ocupada (quiçá a fazer bolos).
Chegados a casa, depois de mais uma jornada cansativa, a Ana trabalhou (para aa ESE) enclausurada no seu quarto, o Fábio foi socializar com o Victor para o café, pois estava a morrer de sono e necessitava cafeína. Seguiu-se uma grande conversa sobre cinema e televisão e internet e tudi tudi tudi, enquanto a Ana trabalhava em casa porque achou que devia ser responsável. Depois, o Victor foi-se embora e o Fábio e a Ana repousaram nos sofás (aka roncaram que nem porcos), antes de o Fábio ir tomar uma ducha e a Ana se agarrar à net, já que o seu sono de beleza fora interrompido por um telefonema de um familiar do Fábio.
Contudo ainda nos esperava mais uma aula às sete da tarde. E na correria que muito nos caracteriza, a Ana permaneceu na net e o Fábio lavou a casa de banho e desentupiu canos. Depois, sim, seguimos para a faculdade para não ter uma aula e voltarmos para casa novamente... Gostámos muito.
Em casa, fizemos uma baba de cabelo e partilhámos confissões e lágrimas antes de nos decidirmos a jantar.
Agora, cansados, estafados, acabados, escrevemos. Mas felizmente, por hoje é tudo.
Até amanhã pessoal. Steven traz-me a garrafa de absinto!

Bjoca na peidoca.

Santo do Dia: St. Pere Damiá (mas se não der, 'tás lixado)

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