Os Aventureiros

sábado, 14 de junho de 2008

ultimos dias

Ora bons dias boa gente! Há que tempos que não falávamos. Isto assim não pode ser, porque realmente temos saudades daqueles posts diários, com todos os detalhes de todos os movimentos que fazíamos. Porém, com a azáfama que marca os nossos dias, é complicado estarmos todos os dias a contar os pormenores.

Sem mais adendas, tentaremos contar-vos os nossos dias passados, com a promessa de tentarmos ser mais assíduos esta semana.

Segunda-feira dia 9 de Junho: lá nos levantámos cedíssimo, e fomos para o nosso exame de castelhano, para o qual o estudo tinha sido menos que nada... Com os nossos portáteis na mochila e o exame na mão, a professora lá nos encaminhou para fora da sala e disse "vão para onde quiserem, desde que estejam aqui às 10h com o exame na mão. Se vos vejo a falar com alguém cancelo-vos o exame". É claro que a digna senhora não fazia puto de ideia que tínhamos dois computadores na mala, pelo que fomos confortavelmente para o bar da faculdade, com os exames na mão, ligámos os pcs e começámos a trabalhar. O exame era só de ortografia por isso, cremos nós, o passar os textos para os pcs com o corrector ortográfico em castelhano, foi o suficiente para nos arranjar uma nota razoável. Veremos...
Entregámos o exame à hora certa e saímos a correr para uma outra sala, para apresentarmos o nosso estágio. É claro que nem o Fábio nem a Ana sabiam em que sala era e por isso ficaram à porta da sala onde habitualmente temos essa aula, à espera (do quê, não sabemos bem...). Passado uns momentos lá recebemos uma mensagem duma rapariga do grupo do Fábio a dizer onde era a sala. Depois de a encontrarmos, entrámos e esperámos pelas nossas vezes. O grupo do Fábio apresentou primeiro, terminando com um elogio ao desempenho notável deste durante a intervenção educativa.
Uns quantos grupos depois, foi a vez do grupo da Ana apresentar a sua intervenção, concluindo-a da mesma forma que o grupo do Fábio, por uma questão de cortesia (sim, viu-se nas caras delas que não tinham pensado nessa hipótese, mas desenrascaram-se bem...) Quando a apresentação do grupo da Ana estava terminada, os dois compinchas saíram correndo, para outra sala para fazer uma apresentação de um trabalho de castelhano. Sim, já que já tinhamos feito o exame mais valia ficar à espera na sala para apresentarmos o nosso e depois logo íamos apresentar o do estágio, mas por uma questão de organização dos grupos, teve mesmo de ser assim...
Depois de todos trabalhos apresentados, dirigimo-nos a casa mais mortos que vivos. O Fábio, que tinha os seus papás cá, aproveitou a tarde para passear enquanto a Ana fazia tudo, menos estudar... Por volta das 20h, a Ana pensou em sair de casa e ir ver o jogo de Itália com os seus amigos. No entanto, a consciência pesou-lhe e, por isso, ficou em casa a ver o jogo com o pai do Fábio, enquanto dava uma olhadela aos apontamentos dos exames do dia seguinte.
Depois de um jantar familiar, fomos para os quartos estudar mais um bocadinho e dormir. Por volta das 2h da manhã, o telemóvel do Fábio tocou, pelo que este se levantou, vestiu, comeu e começou a rever as coisas, até que percebeu que estava enganado nas horas e que o que tinha tocado não era o despertador mas sim uma mensagem. Sem desanimar, Fábio deitou-se na sala a ler, onde adormeceu regaladamente e dormiu até de manhã.

Terça feira, dia 10 de Junho: desanimados e pouco confiantes na matéria, os nossos diabos retiraram-se de casa e foram para os exames. O primeiro começava às 9h, pelo que a essa hora estávamos à porta da sala. Nós estávamos todos, a professora não. A digníssima, apelidada entre nós pela "bêbeda", apareceu um bom quarto depois, com os exames na mão mas sem a chave da sala. Depois de pousar tudo no chão (incluindo os exames) e dizer que ia buscar a chave, os alunos entreolharam-se e ela apanhou a ideia. Recolheu os exames do chão e, com eles debaixo do braço, foi à procura da chave. Quando ela saiu a risada foi geral. 5minutos depois estava de volta, pelo que o exame podia ter início. Disse-nos que podíamos fazer o exame em português, pelo que, com o pouco de matéria que tínhamos na cabeça, começámos a escrever. Cerca de uma hora e meia depois, o nosso exame tinha terminado, pelo que fomos a correr à sala de doutorado para começar o exame seguinte. O resto dos alunos já lá estava há uma boa meia hora, mas a professora tinha sido alertada de que tinhamos outro exame antes e que por isso iríamos chegar tarde, pelo que não houve qualquer problema. Com cada um numa ponta da sala, o nosso exame teve início a seguir à pergunta da praxe "em que língua escrevemos?". A esta pergunta, a professora respondeu à Ana que deveria contestar em castelhano, e ao Fábio que podia responder em português sem problema. Como estávamos longe, a Ana não a ouviu dizer isso e portanto escreveu tudo num castelhano bastante macarrónico. A culpa é da professora...
Quando todos os alunos haviam terminado o exame, a professora pediu-nos que a acompanhássemos ao seu gabinete e, aí, terminássemos o exame em paz. Lá o fizémos e, por volta das 13h pousámos as canetas.
Uma vez mais, dirigimo-nos a casa, o Fábio foi passear e a Ana passou uma produtiva tarde a ler uns quantos apontamentos e a fazer 18737 coisas mais, nas entrelinhas. Fazendo planos para ir gritar por Espanha (que agora é o seu segundo país) a Ana iniciou negociações com os seus amigos sobre sítios para ver o jogo. Acabou por não ver o jogo com ninguém porque o sítio não se decidia e o jogo não estava a juntar muitos adeptos. Assim, Ana manteve-se em casa a fazer outras coisas (entre as quais tentava estudar qualquer coisinha).
À noite, as nossas amigas Lisa e Claudia (e uma amiga sua vinda da Alemanha) jantaram cá em casa, numa comemoração do aniversário do Fábio, com a família toda. Neste jantar nasceu a "La Perla del vicio" - uma girafa de peluche oferecida pelas nossas amigas, ao aniversariante. (Qualquer dia haverá uma foto)
Depois de alguma sangria, muita conversa e muitas trocas culturais, a Mariola e a Ana desistiram de lutar contra o sono e foram dormir. Fábio ainda ficou um pouco mais com Victor e com a sua família.

Quarta feira, dia 11 de Junho: a Ana acordou às 8h, pelo que foi perguntar ao Fábio o que queria fazer: ficar em casa a estudar e ir para o exame mais em cima das 11h, ou ir à aula de revisões que havia antes do exame. Fábio preferiu ficar a dormir um pouco mais pelo que Ana, contente por não ir à aula de revisões - que a põem ainda mais nervosa - voltou para o seu quarto e ficou a ver apontamentos durante uma hora. Tinha tanto sono que achou melhor dormir uma horinha e ir disperta para o exame, pelo que o resto da manhã, até à hora do exame, foi passada a dormir. Às 10h e muito, saímos de casa e fomos fazer o último exame desta primeira vaga. Uma vez mais a professora disse-nos que podíamos responder na língua que nos desse mais jeito, pelo que Fábio respondeu a tudo em português, mas Ana, armada em carapau de corrida, respondeu em catalão (às perguntas de verdadeiro e falso), em castelhano (quando não se lembrava da palavra em catalão) e em português (às perguntas de desenvolvimento)... Foi engraçado!
No final do exame, e depois de um enorme berro de alívio (interior), os dois amigos dirigiram-se a casa, fazendo planos vários para a sua tarde. Fábio planeou ir a Montjuic com os seus papás e, daí, directo para o aeroporto, enquanto que Ana planeou uma tarde na sua piscina.
Depois de umas horinhas na piscina, Ana subiu e foi preparar a casa para a festa de anos 80 que acontecia nesse dia cá em casa, perdendo assim o segundo jogo de Portugal, porque não estava a passar na televisão. O tema da festa tinha sido sugerido pelos nossos companheiros de piso, pelo que passámos uma boa meia hora a rir uns dos outros. Fábio, que só voltou quando já cá estavam quase todos, foi tomar um duche rápido e vestiu roupa normal. Victor também. Ana e Mariola, tentaram ao máximo trabalhar as suas roupas para parecer anos 80... Assim, Ana vestiu a camisa mais larga que cá tem (que de larga tem muito pouco) e umas calças de ganga justas, com cintura mais alta, dobradas até ficarem naquela alturinha de "fugir à polícia"... Mariola, por seu lado, vestiu uma t-shirt verde de malha e atafulhou os ombros com cuecas, para fazer o efeito das ombreiras (tão lindas) que se usavam nessa altura. Ao conjunto juntou umas calças também dobradas pela altura bonita e um totó no alto da cabeça que lhe dava um ar um tanto ou quanto doente... (Uma vez mais, haverá uma foto ilustrativa num post futuro)
Os nossos convidados (que quando chegaram avisaram Ana do bom resultado do jogo) também não conseguiram arranjar roupa de anos 80 (graças a deus, é sinal que se foi toda quando devia...) pelo que, uma hora e tal depois de andarmos todos a gozar uns com os outros, a Ana foi trocar de roupa para algo mais confortável, mas manteve o cachecol português aos ombros... Mariola deixou-se estar.
A ideia da noite seria fazer jogos vários, depois de jantar, mas nem jantámos nem jogámos. Não jantámos porque as entradas foram o suficiente para encher toda a gente, e não jogámos porque andávamos loucos a pôr músicas e a fazer as danças mais parvas, mas mais divertidas que nos lembrávamos... A noite prolongou-se até às 4 e tal, hora a que os últimos convidados decidiram ir apanhar o nitbus, porque tinham exame no dia seguinte. Fábio e Victor ficaram a comer, mas Ana que já estava em coma de sono no sofá, decidiu ir aparrar para a sua caminha.

Quinta feira, dia 12 de Junho: Acordando por volta da hora de almoço, Ana decidiu ir tirar fotografias a Sant Cugat, que é coisa que ainda não tem... Depois de se dirigir à Floresta, para registar o local onde íamos morrendo de medo no início da nossa estadia (lembram-se, da viagem aleatória à Floresta?) e de aí tirar umas fotos, Ana voltou a S.C., onde se deparou com uma falha nas pilhas da máquina. Triste e desanimada, estava a voltar para casa quando encontrou Victor num café e se sentou com ele. Tentámos avisar a Mariola, que estava sem telemóvel e Fábio, que estava a dormir. Depois de uma hora no café, voltámos os dois para a nossa piscina, onde ficámos mais uma boa hora, até que Victor falou em crepes e Ana começou com desejos. Levantaram-se, foram chamar Fábio, e dirigiram-se a uma das muitas creperies de Sant Cugat. Aqui, para incrível espanto desta, fizeram um crepe de banana queijo e mel, como a Ana tanto ama. O estranho no crepe é que lhe puseram oregãos em cima... Um mistério... Fábio comeu um crepe de chocolate com banana e Victor, um crepe com queijo fiambre e ovo. Depois da crepalhada toda comida, dirigimo-nos a casa. Antes, Ana passou numa loja de sapatos a experimentar umas sandálias que, para lhe caberem, teriam de ser o 35, número que já não existia na colecção. Surreal!
Chegados a casa, tomámos um duche rápido e esperámos pelos convidados da segunda noite de jantar e festa. Estes chegaram por volta das 21.30h (tendo em conta que tínhamos combinado às 20h, não está mau...) e, depois de muitas batatas e sangria enquanto víamos o jogo Austria-Polónia, a Ana foi fazer o seu bacalhau à brás. Por causa da greve das gasolineiras, as empresas transportadoras deixaram de poder abastecer os supermercados, pelo que havia apenas 4 ovos para um jantar de 6 pessoas... Sem nada temer, Ana aqueceu a fabulosa carne com natas que a mãe do Fábio havia preparado num dos dias, e serviu-a também. É claro que tanto o bacalhau como a carne se foram num abrir e fechar de olhos, mas pelo menos todos gostaram e não ficaram com fome. Depois do jantar, a ideia seria ir ao karaoke, mas como Mariola não podia, pois estava a morrer de cansaço, essa ideia deixou-se de lado, e iniciaram-se os jogos que deveriam ter sido feitos na noite anterior. Digamos apenas que foi uma noite divertida em que nos conhecemos todos um pouco melhor...

Sexta feira, dia 13 de Junho: acordámos cedo, tipo 12.30h, (mais cedo a Ana que o Fábio...) e depois de um dia nada produtivo - piscina toda a tarde - a Ana perguntou ao Fábio se estaria interessado em vir gritar por itália (sim amigos, qualquer razão aqui serve para estarmos todos juntos a gritar por alguma coisa). Fábio respondeu que ficava em casa a trabalhar, pelo que Ana foi para Barcelona, dirigindo-se ao Smoking Dog, para ver o jogo. Aí chegada, estava, como seria de esperar, rodeada de italianos, pelo que só quando chegou Fran, Ana se sentiu mais acompanhada. Com um olho no jogo, outro na mala (que como sempre tinha a câmera lá dentro) Ana e Fran falaram durante horas, rindo-se de cada vez que a bola chegava perto da baliza da roménia, pois era motivo de histeria para todos os italianos. Ana de máquina na mão tentava registar esses momentos, mas sem grande êxito... Claro está que também não conseguiu registar o momento de maior euforia italiana (o golo), porque a máquina bloqueou e só disparou quando já estava tudo sentado outra vez. Foi um bom momento... Depois do jogo, Ana foi com dois italianos e Fran jantar, ao que se seguiu o jogo de França. A meio da segunda parte do jogo, Ana achou por bem voltar a casa e juntar-se à família erásmisca de sant cugat, já que tinha avisado que só ia ver o jogo de Itália e já voltava... Chegada a sant cugat foi ter com a família a um café de uma mulher portuguesa (que segundo Mariola, está louca da cabeça - e efectivamente tem demonstrações disso...) onde estiveram um bocadinho até este fechar. Dirigimo-nos a casa e fomos ver um filme os três. Mariola adormeceu 10 minutos depois dos créditos iniciais, Ana e Fábio mantiveram-se acordados. Quando o filme terminou, Fábio perguntou "bora ver outro?" e Ana "bora!", pelo que viram Chicago. Ana aguentou até uma hora de filme e acordou com os créditos finais a passarem, e Victor e Fábio rindo-se dela por ter adormecido a ver o filme. Foram-se deitar e dormiram dormiram dormiram...

Sábado, dia 14 de Junho: Ana acordou às 10h, os outros acordaram agora. Os outros almoçam cada um em seu quarto, Fábio na cozinha, e Ana escreve. Ana pensou várias vez esta semana, no final desta temporada. Ontem Ana apercebeu-se que lhe restam 2 semanas. Ana não gostou... Ana não quer sair daqui e os amigos de Ana dizem que também não querem que chegue dia 2. Esperemos que os amigos erásmicos de Ana se mantenham, tal como os amigos portugueses se mantiveram tão pertinho. Já está planeada uma viagem de volta no verão, umas quantas durante o próximo ano e, quiçá, uma permanente dentro de três anos. Veremos...
Mas o maior plano agora é disfrutar ao máximo de cada dia que falta, e recordar tudo, seja em mente, seja em fotos, seja em músicas.

Temos saudades, estamos felizes por voltar, mas não queremos sair. Ana mais que Fábio, porque Fábio vos ama a todos e sente a vossa falta. Ana também vos ama, também sente muito a vossa falta, mas também já os ama a eles e vai sentir a falta deles...

Sabíamos que ia chegar ao fim mais cedo ou mais tarde, só não sabíamos que era tão cedo...

A todos os que esperam por nós, o nosso beijinho

1 comentário:

Anónimo disse...

1. pensa positivo!! Os exames tão quase quase a acabar! E as notas vão ser boas!! (digo eu) =D

2. PARABENS FABIO!!

3. Festa de Anos 80!! (passo-me qd inventam temáticas!! ja sabes q eu nao gosto!)... e tas a ver cm n resultou?? Graças a Deus que ja ninguem tinha roupa desse seculo em casa!!

4.Tas a brincar!!?? Calças o 35??
Mania q tens pe de princesa oh caraças!

5. A tua maquina é das boas ãh??

6. "há gente que fica na história da história da gente" e eles ficam na tua história e no teu coração pa sempre ana. nao te atormentes mais e tenta nao pensar no fim durante muito tempo. Ja tivemos esta conversa tantas vezes e, provavelmente, vamos ter muitas mais pq nem tu nem eu nos consciencializamos disto... nem repetindo montes de vezes... mas há coisas que acabam porque teem de acabar, mas há outras que ficam para sempre. as recordações e o carinho que tu e eles sentem ninguem te vai tirar.
ninguem, mais que eu, percebe o quão dificil é e vai ser fechar este capítulo denominado "ERASMUS" mas como todos os capítulos teem de ser fechados (e ag tou a escrever isto e tou cheia de borboletas na barriga...) vai custar. Vamos chorar e voltar a chorar. Vamos pensar e voltar a pensar no que poderiamos ter feito e aproveitado. Mas dia 3 de Julho o ERASMUS acaba definitivamente Ana (pelo menos para mim)... e vamos aterrar em lisboa com o maior sorriso do mundo e com a certeza de que tudo valeu a pena!
(assim espero)

Amot*