Os Aventureiros

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ultimas palabras en barcelona

O quarto está praticamente vazio, tudo em malas, malinhas, sacos e saquinhos. A noite está praticamente silenciosa, apenas ouço de vez em quando um cão lá fora ou um restolhar das folhas das árvores. A casa está silenciosa, o Victor já foi dormir e o Fábio e a Mariola mantêm-se na sala a lutar contra o sono. Foi o último jantar com a minha família de aqui, será a última noite nesta cama que agora chamo minha, será a última memória das paredes cheias de outras memórias, de outros tempos, que em breve irei reviver, deixando estes para trás. Também em Lisboa vou encher o quarto de memórias que atenuarão a dor da despedida. Entre as fotos que colocarei estará o quadro que tu, Victor, me deste hoje e que me surpreendeu mais do que alguma vez poderia esperar.
O que vivi nestes 5 meses começou ontem e acabou hoje. Foi esse o tempo que estes meses levaram a passar: um dia. Não pareceu mais que isso, e embora as recordações sejam mais que muitas, embora os dias tenham sido super preenchidos e embora eu saiba que foram 5 meses, não deixo de pensar "só mais um bocadinho, só mais uns dias, só mais um semestre". Sabia que ia acabar, não sabia que ia custar tanto. Sabia que ia gostar, não sabia que ia gostar tanto. Sabia que não ia querer o fim, não sabia que ia querer um recomeço.
Porque é um capítulo que acabou e tenho de o encarar como tal, sei que o vou fazer eventualmente, só não sei quando as lágrimas pararão de correr, quando a memória dos sorrisos deixará de me apertar o nó que tenho na garganta e quando o peso incomensurável que sinto agora me sairá dos ombros e pesará nos álbuns, nas músicas, no papel.

A vocês, que sei que leêm o blog, embora não comentem, e que sei que percebem mais do que aquilo que poderiam pensar, só vos tenho a agradecer por tudo o que me ensinaram ao longo destes 5 meses... Deveria começar a escrever na nossa língua, deveria dirigir-me a vocês no nosso dialecto, que só nós entendemos, porque só nós temos a ligação que nos faz entender, mesmo com erros e com falhas. Sinto que não o posso fazer, para manter essa individualidade, essa marca só nossa e que mais ninguém conhece. Grande parte do que vos escrevi aqui, dir-vos-ei amanhã, a cada um, no pic-nic. Ainda assim, desta forma fica registado e gravado para sempre, tal como as memórias que temos juntos. Maurito, Lisa, Claudia, Roberta, Suavek, Fran, Max, principalmente a vocês só tenho de agradecer por tudo aquilo que me deram, me ensinaram e me fizeram ver ao longo deste tempo.

É claro que a pessoa a quem mais tenho de agradecer é a ti, meu esposo, meu amor, meu príncipe azul. Como te disse no início: sem ti não teria a mesma graça, não seria a mesma coisa. Repito-o agora, porque é verdade: sem ti não teria a mesma graça, não seria a mesma coisa. Aprendi, mais do que possas imaginar, contigo; ri contigo, chorei contigo, gritei contigo, abracei contigo (bom, a ti, mas era para continuar os "contigo"). Por cada momento, bom ou mau, que vivemos te agradeço e sei que este será um elo que nos ligará para sempre. Porque por mais velhos e resmungões que sejamos os dois, de cada vez que ouvirmos falar de Barcelona nos lembraremos disto, de nós, de todos. Custa-me pensar que não acabo contigo aquilo que comecei.Tu ficas, eu vou. Eu volto, tu não. De qualquer das formas durmo tranquila, sabendo que teremos sempre a nossa cidade, as nossas memórias e, principalmente, a nossa amizade. Porque gosto realmente de ti e não trocaria esta experiência contigo por nada no mundo!!

Para terminar, queria agradecer a todos aqueles que, incansavelmente, seguiram as nossas rotinas, as nossas vidas e se interessaram em manter viva a nossa memória. Aos meus pais, ao meu irmão, à minha tia e à minha avó, ao meu primo - que em tanto me acompanhou aqui e com quem vivi momentos tão bons - às minhas meninas telheirenses, à minha polaca mais lusitana que eu sei lá, em muito tão semelhante a mim, que me acompanhou via net por tudo o que vivi. A todos vocês e aos não mencionados, mas que estiveram presentes e me fizeram sentir viva em Lisboa, o meu maior obrigado e o aviso de que quando vos vir, o abraço será intenso.

Porque afinal, foram 5 meses, não um dia...

aos portugueses, até quinta!
aos estrangeiros, até sempre!

4 comentários:

teresa disse...

Sem te querer deprimir, ATÉ AMANHÃÃÃÃ! :D

Marta disse...

:') *

Até já, minha Aninha! Estarei logo aqui para esse abraço:)

Anónimo disse...

tenho acompanhado os vossos "quase" diários mas nunca comentei pois acho que os comentários eram mais para os vossos colegas embora hoje achei que devia dizer que compreendo o que estão a sentir,do pouco que conheci das pessoas que viveram estes 5 meses com voçês e do que voçês viveram acho que não podia ter sido melhor e que bom vai ser lembrar esta experiência.A ti Ana desejo-te boa viagem e ao meu filho que ele volte rápido.Bjos

coelho_branco disse...

já cá estás! can't wait to see you, lovy :D